Rapito, dirigido por Marco Bellocchio, é um drama baseado em fatos reais que conta a história de Edgardo Mortara (Enea Sala), um jovem judeu de Bolonha, Itália. Em 1858, após ser secretamente batizado, Edgardo foi tirado à força de sua família para ser criado como católico. Seus pais, Salomone (Fausto Russo Alesi) e Marianna (Barbara Ronchi), lutaram incansavelmente em uma batalha política para libertá-lo, transformando sua causa em um símbolo de resistência contra o domínio do papado. O caso Mortara tornou-se parte de um movimento maior pela unificação italiana e ficou mundialmente conhecido.
Um pouco sobre o filme: Originalmente chama-se Rapito, mas foi rebatizado, talvez por conta do recente Rapto, filme francês com Hafsia Harzi, ou então porque, no país, esse título não foi considerado suficientemente forte para atrair o público. Baseia-se no livro Il Caso Mortara, de Francesco di Giacomo, que foi editado no Brasil.
É um filme de época. Passa-se no período que ficou conhecido como Risorgimento, quando as forças revolucionárias lutavam para unificar a Itália fragmentada, como um punhado de reinos que disputavam o poder entre si. Nesse quadro, o próprio Papa reinava como um déspota em Bolonha, que era a sede dos estados papais.
De cara, a rotina de uma família judaica da região - os Mortara - é brutalmente subvertida quando os soldados do Papa invadem a casa com ordem para levar o pequeno Edgardo. Para surpresa dos pais, Marianna e Salomone, Edgardo foi batizado, às escondidas - mais tarde saberemos como, e por quem -, na fé católica e, como cristão que é, é reclamado por Pio IX para receber educação adequada na corte pontifícia.
Inicia-se uma batalha legal, com os pais tentando recuperar a guarda do filho, amparados por entidades judaicas que percebem a gravidade do momento e buscam garantir certos direitos (de culto e identidade). O próprio Papa, ameaçado pelo avanço dos revolucionários, também busca afirmar, senão ampliar, seus poderes. É a guerra.
(fonte: Terra)